Em Portugal, no início do séc. XIX, a questão também se colocava, pois os sistemas de medição centenários aqui utilizados, estabelecidos nas Ordenações do Reino (assentes nas reformas já longínquas de D. Manuel I e D. Sebastião, com a redação que permanecia estável nas Ordenações Filipinas), estavam longe de corresponder às necessidades dos tempos modernos.

Assim, o Príncipe Regente, embora ausente do território pátrio (tendo fugido para o Brasil na sequência das Invasões francesas) solicitou à Comissão para o Exame dos Forais e Melhoramentos da Agricultura uma solução.

Foram discutidas três hipóteses: adaptar um sistema já vigente, de forma a conferir-lhe a universalidade e simplicidade requeridas (o que se revelava extremamente difícil dadas as características dos sistemas usados), criar um sistema totalmente novo e a terceira hipótese seria adotar um sistema já existente, como o sistema criado em França, baseado no mètre.

A Comissão para o Exame dos Forais e Melhoramentos da Agricultura debateu as várias hipóteses e, em 1812, recomenda uma reforma dos Pesos e Medidas própria dos “grandes conhecimentos e luzes do século”, tendo proposto a adoção do “Systema Decimal em Nomenclatura Portugueza”, ou seja, um sistema métrico decimal baseado no mètre francês, mas com nomes de medidas tradicionais portuguesas, que passariam, assim, a ter um valor diferente e com relação entre as diversas grandezas, conforme a tabela em cima.